Muitas mulheres dão a luz por meio de cesarianas, principalmente aquelas que estão passando por algum quadro que a torne necessária. Mas, a cirurgia também pode ser indicada durante o trabalho de parto, caso surja algum problema que torne o procedimento natural inseguro para você ou para o seu bebê.
Algumas das razões para a realização de uma cesariana são as seguintes: trabalho de parto que não evolui como deveria; sinais de trabalho de parto precoce; placenta prévia (a placenta está cobrindo parte de seu colo do útero); apresentação pélvica do bebê; ou presença de vírus ou bactéria na mãe, passível de ser transmitido para o bebê (como hepatite C ou HIV).
Se você for informada com antecedência de que fará uma cesariana, terá tempo de se preparar emocionalmente para o procedimento. Mas, se este tiver que fazê-la emergencialmente, é compreensível que a cesariana pareça um pouco assustadora.
No entanto, a cesariana é algo simples. Trata-se apenas de uma cirurgia durante a qual uma incisão é feita na barriga e útero da mãe para permitir que o médico retire o bebê. Se este for o seu caso, você normalmente receberá uma anestesia epidural ou espinhal antes da operação, um método mais seguro do que uma anestesia geral.
Durante a cesariana, há menores chances de sofrimento fetal, lesões no feto, lesões no assoalho pélvico e ruptura uterina. Uma cesariana elimina muitos riscos para o bebê, pois este não terá que passar pelo estresse do parto, sendo, por isso, indicada diante de diversos quadros clínicos.
Normalmente, seu parceiro poderá permanecer na sala de parto e compartilhar a experiência do nascimento do seu filho. E você poderá ver seu bebê assim que ele nascer.
Já o parto por cesariana por solicitação da mãe (cesariana eletiva) é algo muito controverso, especialmente quando não há nenhuma indicação médica. Atualmente, o governo brasileiro vem desencorajando a prática.
A estimativa é de que 25% das mulheres no Reino Unido e 32% nos EUA dão à luz dessa maneira. Já no Brasil, esse número chega a 84% no sistema privado e 40% no SUS – a recomendação da Organização Mundial de Saúde é de que apenas cerca de 15% dos partos sejam cesárias.
Se você fizer uma cesariana, no entanto, precisará passar mais dias no hospital para se recuperar. Esta recuperação de uma cesariana é semelhante a de qualquer outra cirurgia abdominal. Mas, ao invés de perder um órgão, como uma vesícula biliar ou um apêndice, você ganha um bebê.
Exceto por um períneo intacto, você poderá ter todos os desconfortos do pós-parto de um parto normal, como dores, lóquio, regurgitamento da mama, perda de cabelo, fadiga, maior transpiração, depressão pós-parto e exaustão.
O que você pode esperar do quarto de recuperação do hospital:
Seu médico monitorará você cuidadosamente até que os efeitos da anestesia espinhal ou epidural passem - estes geralmente levam mais tempo para passar do que os da anestesia geral. Caso tenha sido aplicada uma anestesia geral, sua memória poderá ficar confusa por um tempo.
Quando os efeitos da anestesia sumirem, a incisão começará a cicatrizar. A intensidade dessa cicatrização dependerá de muitos fatores, como limiar de dor e histórico de cesárias, pois recuperações subsequentes são menos desconfortáveis do que a primeira. Mas, você receberá medicação para controlar a dor.
Você pode sentir náuseas, para as quais o médico, possivelmente, irá receitar um antiemético (medicamento contra vômito e náuseas).
Uma enfermeira a avaliará regularmente. Ela registrará seus sinais vitais (temperatura, pressão sanguínea, pulso e respiração). Ela também registrará sua excreção urinária e corrimento vaginal, o curativo da incisão, a firmeza e localização de seu útero, e o catéter intravenoso e urinário.
Se sua situação for estável, você será transferida para um quarto do hospital em 24 horas.
O que você pode esperar do quarto do hospital:
Avaliação de seus sinais vitais, curativo, excreção urinária e corrimento vaginal, além do catéter intravenoso e urinário regularmente.
Caso possa urinar sozinha, seu cateter urinário será removido 24 horas após a cirurgia.
Cerca de 12 a 24 horas após a cirurgia, você poderá ter dores semelhantes às de uma mulher que teve um parto normal. Estas provocadas por contrações normais do útero, com o objetivo de ajudá-lo a recobrar o formato que tinha antes da gravidez.
Seu intravenoso será retirado, e você poderá tomar líquidos pela boca cerca de 24 horas após a cirurgia (quando seus intestinos começarão a mostrar sinais de atividade, movendo-se ou passando gás). Gradualmente, você poderá retomar sua dieta normal nos dias seguintes. Mães que estão amamentando devem tomar muito líquido.
Você pode ter uma dor nos ombros, resultante da irritação do diafragma causada pelo ar no abdômen após a cirurgia. Isso pode durar algumas horas e ser amenizado com analgésico.
Você pode ser aconselhada a usar meias elásticas para melhorar a circulação e, assim, evitar a formação de coágulos nas pernas devido à inatividade após a cirurgia.
Seus pontos (se não forem absorvíveis) ou clipes serão removidos entre quatro e seis dias após o parto.
E, finalmente, se tudo correr bem e não houverem complicações, você poderá ir para casa entre quatro e sete dias após o parto.